Estar sob a superfície é nunca ter a chance de experimentar o próprio ser.
É deixar-se levar pelo simples, pelo material, por tudo aquilo que não alcança os centímetros necessários para o arrepio.
Caminhar somente no raso apenas garante a segurança de situações entediantes. Manter-se ali, nas metades de diálogos prontos e copos meio cheios, é fácil demais.
Desafiante, no entanto, é pular no desconhecido. Habitar-se na dúvida. Permanecer nos questionamentos, buscar o mais profundo.
Encontrar aquilo que realmente, verdadeiramente, mexe com o coração, exige coragem.
Delirar entre aquilo que ora acreditávamos e aquilo que ainda não sabemos com plena convicção só faz sentido quando nos permitimos.
Ter a capacidade de mergulhar mais fundo em tudo aquilo que tem potencial para abalar nossas estruturas é o que tem movido esses pés por aí.
E são nesses tropeços que o corpo percebe que estar na superfície nunca é e nunca será suficiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário