segunda-feira, 16 de setembro de 2013

De novo.

Escrito em 15/05/12




”Sibilava letras de músicas decoradas e fechava os olhos. Mas não conseguia mantê-los assim por muito tempo. Tempo? Parecia tudo tão rápido e num ritmo que suas pernas já não acompanhavam e entre ruas, esquinas, passos e pulos, tropeçava. Por não saber pra onde queria ir, se perdia. Em fotos, em textos, em livros, em romances que se tornavam lembranças distantes. Se tornara uma vítima de seus próprios pensamentos. E eram tantas coisas que ela queria abraçar que simplesmente não cabiam no espaço de um abraço. E eram tantos sentimentos que ela queria expressar e que em palavras não conseguia. E eram tantos sorrisos que ela imaginava em sonhos, mas que no meio da noite, perdiam sentido. Não podia dizer que faltava algo, porque no fundo, nada é completo. Sempre faltaria algo, não superficial, mas quem sabe espiritual, ou interno. Será que era medo de falhar ou só falta de coragem de tentar? Por trás do moletom azul, do cabelo milimetricamente penteado e do rímel preto, dentro e lá no fundo ela só pensava no quanto inconstante o turbilhão de sensações era. E o quanto queria mudar e crescer, e finalmente… ser. Quem? Alguém que ela não reconhecia mais e que agora, depois de tudo e ao mesmo tempo, nada, ela buscava reencontrar e entender. Se entender, se permitir. Se permitir sentir. De novo, e tudo de novo, o novo.”

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